sábado, 2 de julho de 2011

Cerimônia em homenagem aos 80 anos de FHC

“Todos nós te amamos”, afirmou o ex-governador, José Serra

Brasília (30) – Aberta pelo presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), a cerimônia em homenagem ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durou três horas e contou com a presença de governadores, antigos e atuais ministros, os presidentes da Câmara e do Senado assim como outros parlamentares de diferentes partidos, filiados e militantes do PSDB.
A cerimônia foi apresentada pela atriz Fernanda Montenegro que deu as boas vindas a FHC ao “bloco dos 80 anos”. Fernanda disse que, embora não seja e nunca tenha sido militante política, vivia ali “um momento especial e honrada em poder somar o sentimento que muitos e muitos têm em relação a FHC”.
E um deles foi destacado por ela: “o respeito, o afeto e o reconhecimento da mensagem que a presidente Dilma, lançando mão da investidura do cargo, fez na mensagem a Fernando Henrique. Mas para mim, particularmente, o significado mais marcante do ex-presidente “é a liberdade e seu intenso amor pelo Brasil”.
Em seguida, Fernanda Montenegro comandou uma apresentação mostrando palavras e expressões e as definições que FHC deu para cada uma delas. Nas palavras, por exemplo, estavam “política”, “intelectual”, “democracia” e expressões como “compromisso com a realidade” e “mas que democracia?”.
DOCUMENTÁRIO
Um dos principais momentos do evento foi a apresentação de um documentário feito pela cineasta Mônica Simões mostrando trajetória de vida de FHC, desde bebê, no colo da mãe, aos dias de hoje. Dentro deste documentário, uma entrevista em que ele lembra a sua companheira de 60 sessenta anos, dona Ruth Cardoso.
“Conheci Ruth na faculdade onde ela entrou em primeiro lugar e eu em segundo”. E confessou: “É curioso que, em certos momentos, parece que eu converso com ela. A pessoa morre fisicamente, mas ela fica dentro de você”. FHC também lembra dos tempos do exílio e diz que “nada apaga a dor de você ser tirado de onde você quer estar”.
DISCURSOS E ELOGIOS
Teotônio Vilela, falando em nome dos governadores do PSDB, abriu a série de discursos que foram desde amigos próximos, como o ex-governador de São Paulo, José Serra, e o ex-senador e atual presidente do Instituto Teotônio Vilela, Tasso Jereissati, a opositores como o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT), e ministros como Nélson Jobim, da Defesa.
Veja trechos das falas:
Teotônio: “Fernando Henrique é um líder que segue agitando com a mesma disposição e serenidade provocativa aos 80 anos. Segundo Teotônio, FHC mostra que “ninguém, independente da idade, pode se dar o direito de ser ex-cidadão”. E finalizou: “Você é que nos homenageia ao manter acesa a chama do inconformismo”.
Marco Maia: Depois de ressaltar a alegria de estar vivendo “um momento histórico”, o petista fez uma confissão a FHC: “Em 94 e 98 trabalhei para tirar votos seus mas a dificuldade foi enorme”. Maia disse reconhecer que Fernando Henrique “é um homem de bem, comprometido com os interesses do Brasil e de seu povo que fez da sua história uma história de luta pela democracia”.
Tasso: Depois de elogiar o “bloco dos 80 anos” ali representando por FHC e por Fernanda Montenegro, Tasso lembrou a convivência com Fernando Henrique nos tempos difíceis em que o País vivia o momento de impeachment do ex-presidente e hoje senador, Fernando Collor. Tasso descrever FHC como “um homem simples e aberto a ouvir”. E também lembrou que, no exercício da Presidência da República, “ele jamais optou pelo que parecia ser mais popular e mais fácil ter o aplauso do público. Ele sempre pensou o Brasil e o seu futuro”.
Jobim: O ministro da Defesa do governo do PT lembrou a convivência com Fernando Henrique durante a Constituinte e também como seu ministro. Jobim fez questão de dizer que toda a sua relação com FHC sempre se pautou na mais absoluta transparência e lembrou que “nunca, em momento algum, na maior dificuldade, o ex-presidente criou algum momento de tensão”. Ao contrário, com suas brincadeiras, FHC era quem sempre tirava toda a tensão com brincadeiras. “E lhe digo: se hoje eu estou aqui, foi por sua causa”.
Serra: O ex-governador atribuiu a sua volta à política, depois do exílio, a Fernando Henrique. E definiu o ex-presidente como uma pessoa tolerante, respeitosa, discreta, dedicada ao trabalho. Serra disse que FHC “sempre ajudou a dar sentido à minha vida”. E, lembrou que, o ex-presidente “nunca condescendeu com o malfeito para privilegiar aliados, nunca tratou o público como privado, nunca fez profissão de fé na ignorância como suporta autenticidade e jamais passou a mão na cabeça de aloprados”.
E finalizou: “Fernando Henrique, todos nós te amamos”.
Aécio: Por motivo de saúde, o ex-governador de Minas e atual senador, Aécio Neves, encaminhou um vídeo para cumprimentar Fernando Henrique. Segundo Aécio, a extensão que ganhou a comemoração do aniversário de FHC “só tem paralelo com o Carnaval da Bahia”, brincou.
Para Aécio, Fernando Henrique tem três importantes facetas: é ousado, é um grande pensador e é um amigo sempre sedutor. Na opinião do mineiro, o que acontece agora, nas comemorações de seus 80 anos é “o reconhecimento do homem e sua obra, o resgate da verdade com o seu tempo”. E pediu que FHC auxilie na travessia para que “a ética e a política não sejam incompatíveis. Mas ao contrário. Que elas sejam complementares”.
Ouça aqui as falas de Serra, Aécio, Sérgio Guerra e Marco Maia
Veja aqui fotos do evento
Fonte: Agência Tucana com Diário Tucano

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