Nelson Jobim |
Os senadores do PSDB criticaram a demissão, pela presidente Dilma Rousseff, de seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, que entregou sua carta de demissão na noite desta quinta-feira (04/08), depois de antecipar a volta de uma viagem ao Amazonas. Jobim deixou o cargo após críticas feitas em entrevista à revista “Piauí” às ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Para o Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, a demissão do ministro da Defesa por conta de suas opiniões representa um retrocesso e uma afronta à liberdade de expressão que qualquer um deve exercitar mesmo sendo ministro. O tucano também destaca que Jobim é um nome de expressão nacional que valoriza qualquer governo, e diz que sua demissão causa espanto à sociedade por revelar o tamanho da desorganização da atual administração.
“A demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, pela presidente Dilma, causa espanto à opinião pública, porque mostra o quanto este governo, em tão pouco tempo, se revela tão confuso e conturbado politicamente, com uma gestão insegura e nervosa que já levou três ministros a serem demitidos e outros dois a serem remanejados em apenas sete meses. Jobim nada mais fez do que manifestar deu desconforto com um governo no qual é transparente a falta de articulação política e de capacidade de liderança, que passam à sociedade a impressão de ausência de organização para produzir políticas capazes de levar o Brasil a um novo patamar de crescimento e desenvolvimento. A demissão representou um retrocesso, uma afronta à liberdade de expressão que qualquer um deve exercitar mesmo sendo ministro. O governo perde com a demissão de Nelson Jobim, um ministro que valorizava o governo, pois tem conteúdo, prestígio e status nacional”, disse o senador tucano.
O Líder do PSDB lembrou que o ministro Nelson Jobim vinha articulando junto à oposição a aprovação de uma proposta do governo que diz respeito à criação da Comissão da Verdade, e tinha agendado uma conversa com a bancada do PSDB sobre o assunto para a próxima terça-feira. Alvaro Dias também destaca que a demissão de ministros não resolverá a crise no governo.
“O ministro Jobim vinha articulando a aprovação de uma proposta para criação da Comissão da Verdade, e iria conversar com a bancada do PSDB sobre esse assunto, um encontro que foi agendado por solicitação do próprio ministro. O ministro que preside a Comissão da Verdade não pode faltar com a verdade, e por isso estava exercitando o seu direito à liberdade de pensamento, ao dizer coisas que ele entende que devam ser ditas, oferecendo sua contribuição para que o governo possa melhorar. Não é a substituição de ministros da equipe da presidente Dilma Rousseff que resolverá a crise no governo. Essa crise é provocada pelo modelo promíscuo de loteamento de cargos, com a distribuição de lotes na Esplanada dos Ministérios entre os partidos aliados, que com isso se tornam proprietários do governo e abrem as portas para a corrupção. Ou acabamos com esse modelo espúrio e incompetente ou o Brasil continuará desperdiçando oportunidades preciosas de desenvolvimento econômico e social.”, explicou o senador Alvaro Dias.
Em entrevista ao programa Bom dia Brasil, da TV Globo, o senador Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo, comentou a demissão de Nelson Jobim e além de lamentar a saída do ministro da Defesa, considerou ser esta uma importante perda para o governo.
“Eu achei uma perda. É uma parte boa do governo brasileiro que vai embora. Jobim é experiente, testado no cargo, tem autoridade moral. Sob sua liderança, o Ministério da Defesa se consolidou e formulou uma estratégia nacional de defesa. Agora é um homem de fala franca”, afirmou o vice-líder do PSDB no Senado.
O presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), também lamentou a demissão do ministro Nelson Jobim, e disse que as portas do partido estão abertas para ele, caso queira se filiar.
“A ficha de filiação ao PSDB sempre esteve pronta para ele. Jobim assina na hora que quiser e se vier, receberá todas as homenagens do partido”, disse o presidente Sérgio Guerra.
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