quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ProJovem dá show de descontrole, de ineficiência e de desperdício

A missão é nobre: ajudar jovens de 15 a 29 anos a concluir o ensino fundamental e fazer um curso profissionalizante, para conseguir espaço no mercado de trabalho. A realidade do ProJovem, porém, mostra o padrão desastrado de gestão do PT. Em seis anos, só 38% dos participantes do ProJovem foram diplomados; na versão rural, apenas 1%.
Fora isso, as prestações de contas não foram avaliadas e há várias investigações sobre repasses irregulares e serviços fictícios de ONGs. Leia a reportagem.
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Lição perdida

O Globo, 04/11/2011
Em seis anos, ProJovem Urbano formou 38% dos alunos; no campo, índice foi de 1%
O ProJovem, programa federal de mais de R$ 3 bilhões para o resgate de jovens que estão fora da escola e desempregados, acumula em seis anos um histórico de fracasso e descontrole financeiro. Seu eixo principal, o ProJovem Urbano, custou R$ 1,6 bilhão em seis anos e diplomou 209 mil alunos, menos da metade (38%) dos participantes. O programa foi cancelado este ano, a coordenadora demitida, e 87% das prestações de contas já entregues não foram analisadas. Na sua versão para o campo, em quatro anos, só 1% dos 59 mil jovens matriculados foram diplomados. E o braço “Trabalhador” do programa é alvo de investigações de direcionamentos para ONGs.
Desde 2008, o ProJovem é dividido em quatro modalidades, geridos por órgãos diferentes, e tem como meta ajudar brasileiros de 15 a 29 anos a concluir o ensino fundamental e um curso profissionalizante, com bolsa de R$ 100 por mês. Segundo estudo recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), um em cada quatro jovens nessa faixa etária é o público-alvo do programa. Só a vertente chamada de ProJovem Adolescente não oferece cursos e bolsas, apenas atividades socioeducativas para adolescentes em situação de risco social.

Frequência não era controlada

O ProJovem Urbano, comandado pela Secretaria Geral da Presidência, começou em 2005, foi reformulado em 2007 e congelado em 2011. Em 2012, será retomado pelo Ministério da Educação, com novas regras, mas pouco se sabe do destino das centenas de milhões de reais repassadas a estados e municípios. Considerando-se as 246 contas prestadas referentes a 2008 e 2009, 214 não foram analisadas pelo governo, segundo levantamento do GLOBO no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Esse descaso motivou advertência do Tribunal de Contas da União (TCU), que auditou o ProJovem.

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