Dep. Raul Christiano |
O relatório final do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre o mensalão do PT no governo Lula, pode encerrar uma etapa dessa lufada sobre o patrimônio ético e moral do partido, mas arremete para um novo pouso sobre as expectativas depositadas na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Os empréstimos fraudulentos aos bancos Rural e BMG ao grupo do publicitário Marcos Valério e ao PT ultrapassam R$ 75 milhões, agora 25% maior do que vinha sendo divulgado desde a explosão do escândalo impune.
Não faltam manifestações da oposição e de cidadãos inconformados com esse cenário, pregando inclusive uma revolução em defesa dos valores da sociedade, que prendesse e extirpasse os corruptos e a corrupção da cena política brasileira. Infelizmente esse filme deixa um gosto amargo de ‘deja vu’ com a protelação dos julgamentos e o conformismo de uma parcela da sociedade que ainda vota, elege e reelege corruptos para governos e para a sua representação no Poder Legislativo.
O interessante dessa história é que o mar de lama vazou sob a porta do gabinete presidencial de Lula, quando os seus principais guardiães políticos coordenados pelo deputado federal cassado José Dirceu começaram a cair num efeito dominó. Da denúncia do esquema do PT para comprar deputados que votassem como o Planalto queria, vinda à público pelo então deputado petebista Roberto Jefferson, ao tráfico de influência nos gabinetes da Casa Civil, a compra de dossiês para tentar atingir políticos do PSDB e, nos últimos tempos, o enriquecimento instantâneo de Antonio Pallocci, de familiares e amigos de parlamentares e ministros do PR do governo Dilma Rousseff, como o Brasil terá respostas saneadoras, se o Congresso Nacional nunca antes na história deste país teve maioria governista tão esmagadora?
Relembro que, em 2006, acompanhando o ex-ministro da Educação, Paulo Renato Souza, em uma visita à redação de “A Tribuna” de Santos, um repórter do jornal perguntou a sua opinião sobre a postura do PSDB em capitular em relação ao clima favorável ao impeachment do governo Lula. Paulo Renato respondeu sem pestanejar: O PSDB ainda vai pagar caro por isso!
Em nome da governabilidade e dos rumos que o Brasil poderia ter sob a governança do deputado Severino Cavalcanti, o PSDB defendeu que a queda do governo Lula, naquele momento, comprometeria a estabilidade política e econômica do país; fragilizaria as instituições. Num primeiro momento achei que Paulo Renato demonstrava uma coragem solitária demais para afirmar o que alertava. Somente mais tarde, quando Lula retomou as rédeas da condução política e caminhou revigorado para a sua própria reeleição, percebi o tamanho do dano.
Lula, nessa ocasião, declarou-se traído e convocou o PT a pedir desculpas ao povo brasileiro. Mais tarde, após a sua reeleição, bravateou que o mensalão nunca existiu e que a amplificação dos seus danos foi fabricada pela oposição em comum acordo com a imprensa golpista. Recentemente, numa de suas últimas falas sobre o tema, Lula ironizou a tramitação dos processos no STF, dizendo que não haveria uma decisão antes de 2050.
Os partidos que resistem bravamente na oposição – PSDB, PPS e DEM – agem corretamente quando afirmam hoje que as investigações devem ser continuadas. No entanto, urge cobrar diretamente do STF uma abreviação do julgamento desse período mais nefasto da política nacional, com os elementos irrefutáveis trazidos pelo procurador-geral Roberto Gurgel, que reivindicam a condenação à prisão de 36 dos 40 denunciados por crimes que incluem formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A confirmação dessa tendência pelo Poder Judiciário terá efeito educativo para milhares de crianças, adolescentes e jovens, que não podem se construir intelectualmente sob a cultura da desimportância da ética, da moral e de todos os melhores valores; a impunidade fadará mais uma geração de brasileiros ao fracasso!
Não faltam manifestações da oposição e de cidadãos inconformados com esse cenário, pregando inclusive uma revolução em defesa dos valores da sociedade, que prendesse e extirpasse os corruptos e a corrupção da cena política brasileira. Infelizmente esse filme deixa um gosto amargo de ‘deja vu’ com a protelação dos julgamentos e o conformismo de uma parcela da sociedade que ainda vota, elege e reelege corruptos para governos e para a sua representação no Poder Legislativo.
O interessante dessa história é que o mar de lama vazou sob a porta do gabinete presidencial de Lula, quando os seus principais guardiães políticos coordenados pelo deputado federal cassado José Dirceu começaram a cair num efeito dominó. Da denúncia do esquema do PT para comprar deputados que votassem como o Planalto queria, vinda à público pelo então deputado petebista Roberto Jefferson, ao tráfico de influência nos gabinetes da Casa Civil, a compra de dossiês para tentar atingir políticos do PSDB e, nos últimos tempos, o enriquecimento instantâneo de Antonio Pallocci, de familiares e amigos de parlamentares e ministros do PR do governo Dilma Rousseff, como o Brasil terá respostas saneadoras, se o Congresso Nacional nunca antes na história deste país teve maioria governista tão esmagadora?
Relembro que, em 2006, acompanhando o ex-ministro da Educação, Paulo Renato Souza, em uma visita à redação de “A Tribuna” de Santos, um repórter do jornal perguntou a sua opinião sobre a postura do PSDB em capitular em relação ao clima favorável ao impeachment do governo Lula. Paulo Renato respondeu sem pestanejar: O PSDB ainda vai pagar caro por isso!
Em nome da governabilidade e dos rumos que o Brasil poderia ter sob a governança do deputado Severino Cavalcanti, o PSDB defendeu que a queda do governo Lula, naquele momento, comprometeria a estabilidade política e econômica do país; fragilizaria as instituições. Num primeiro momento achei que Paulo Renato demonstrava uma coragem solitária demais para afirmar o que alertava. Somente mais tarde, quando Lula retomou as rédeas da condução política e caminhou revigorado para a sua própria reeleição, percebi o tamanho do dano.
Lula, nessa ocasião, declarou-se traído e convocou o PT a pedir desculpas ao povo brasileiro. Mais tarde, após a sua reeleição, bravateou que o mensalão nunca existiu e que a amplificação dos seus danos foi fabricada pela oposição em comum acordo com a imprensa golpista. Recentemente, numa de suas últimas falas sobre o tema, Lula ironizou a tramitação dos processos no STF, dizendo que não haveria uma decisão antes de 2050.
Os partidos que resistem bravamente na oposição – PSDB, PPS e DEM – agem corretamente quando afirmam hoje que as investigações devem ser continuadas. No entanto, urge cobrar diretamente do STF uma abreviação do julgamento desse período mais nefasto da política nacional, com os elementos irrefutáveis trazidos pelo procurador-geral Roberto Gurgel, que reivindicam a condenação à prisão de 36 dos 40 denunciados por crimes que incluem formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A confirmação dessa tendência pelo Poder Judiciário terá efeito educativo para milhares de crianças, adolescentes e jovens, que não podem se construir intelectualmente sob a cultura da desimportância da ética, da moral e de todos os melhores valores; a impunidade fadará mais uma geração de brasileiros ao fracasso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário